O que estão dentro destas gotinhas que completam os pequenos frascos de óleos essenciais?
As plantas que o produzem? Por todas as plantas? Se os óleos essenciais são da natureza, como podem nos intoxicar, caso abusemos do seu uso? Estas são algumas das perguntas que nos chegam através dos alunos.
Algumas espécies vegetais possuem a maravilhosa capacidade complexa de biosintetizar compostos responsáveis por funções específicas para a sua própria sobrevivência. Então, nós humanos, aprendemos a extrair estes compostos, através de várias técnicas.
Há muitos séculos, nos beneficiamos da terapêutica destes produtos. A partir do surgimento da química fina, onde criamos as técnicas da síntese laboratorial, surgiram os medicamentos sintéticos. Assim, os óleos essenciais apesar da terapêutica, estiveram de forma exclusiva na encantadora área da perfumaria.
Entretanto, nunca esquecemos ou deixamos de lado a atuação terapêutica dos óleos. Sem desejar desqualificar a síntese química laboratorial, hoje percebemos o infinito potencial terapêutico desse composto.
Existe também uma espécie de “reconhecimento” pelo nosso organismo, destas substâncias biosintetizadas pelas plantas. Contudo, hoje existem milhares de grupos de pesquisa em universidades espalhadas em todos os continentes, os quais publicam no meio acadêmico e científico os resultados de eficácia e de eficiência da utilização dos óleos essenciais para as terapêuticas humana, veterinária, sanitária, agrícolas e agronômica.
O fato é tão relevante, que já temos muitas das plantas que os produzem, na Red List (Lista Vermelha), listagem das espécies sob perigo de extinção. Dessa forma, os óleos essenciais são substâncias muito concentradas e para obtê-los há necessidade de uso de muitas toneladas de plantas.
Estas plantas deixam a vida, para nos dar mais saúde plena. Por isso, é importante termos esta consciência ao fazermos o uso cuidadoso da aromaterapia.
Por que estudar a química dos óleos essenciais e a sua toxicidade?
Este é um tema de extrema importância a todo Aromaterapeuta, uma vez que os óleos essenciais contêm componentes bioativos, portanto penetram no organismo humano e agem nele.
Caso esta atuação seja inadequada poderá causar problemas de intoxicações. A atuação terapêutica de cada óleo essencial está ligada a química das estruturas dos seus componentes, tanto de forma individual, como da sinergia entre todos eles.
Isto porque em uma gota de óleo essencial contém muitos componentes com estruturas químicas diferentes, algumas vezes em número superior a 300. Deste modo o benefício do uso da aromaterapia e seus óleos essenciais dependerá da expertise por parte do Aromaterapeuta.
Escrito por Dra. Adriana Nunes Wolffenbuttel.
